sábado, 20 de agosto de 2011

Carlos Reutemann em Jacarepaguá (1978): sexagésima nona vitória da Ferrari

    

     Sem Niki Lauda, atual bicampeão mundial de F1 (foi para a Brabham) e Clay Regazzoni (foi para a Shadow), a Ferrari passou por um processo de reestruturação na temporada de 1978 de Fórmula 1 e não conseguiu fazer frente ao potencial do novo carro da Lotus.

     A escuderia liderou com folga o mundial de construtores e também o campeonato de pilotos, fazendo o primeiro e segundo lugar. Sendo o primeiro (e único) título do norte-americano Mario Andretti na categoria. Contudo, a equipe precisou lidar com a perda do piloto Ronnie Peterson, o “Super Sueco” como ele era chamado. Peterson morreu durante a antepenúltima prova do campeonato, o GP da Itália, após acidente na primeira volta da corrida.

     Acidente fatal de Ronnie Peterson:



   Ainda assim ele foi vice-campeão mundial naquele ano.

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     Duas semanas depois do início do campeonato, na Argentina, máquinas e pilotos chegaram a um novo país, e a um novo circuito. Se antes, eles iam para São Paulo, no circuito de Interlagos, eles iriam conhecer pela primeira vez o Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

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     Na chegada ao Brasil, o pelotão da Formula 1 tinha uma nova equipe: a Arrows, ausente na Argentina, apresentava o seu carro, o FA1, desenhado por Tony Southgate, para ser dirigido unicamente pelo italiano Riccardo Patrese. O carro tinha sido desenhado num tempo recorde. Tão pouco tempo para desenhar um carro novo em folha começou a levantar suspeitas na antiga equipe deles, a Shadow. Era o começo de uma longa batalha…

     O carro só tinha um patrocínio, o da companhia Varig. Reza a história que foi assim que a equipe conseguiu transporte de graça para o seu carro para a Africa do Sul…

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     Entretanto, o restante do pelotão tentava mostrar as suas forças em mais uma corrida disputada debaixo de calor. Uma delas tinha uma responsabilidade dupla: a Copersucar-Fittipaldi. O F5A era um carro de efeito-solo, e não tinha tido uma estreia fácil na Argentina, com Fittipaldi chegando na nona posição. No Brasil, as coisas tinham que ser diferentes, pois estavam correndo em casa. Nos treinos, o carro portou-se bem e obteve o sétimo lugar no grid.

     Os Lotus continuavam a mostrar a sua força, mesmo com outro piloto: Ronnie Peterson alcançava aqui a 12ª pole-position da sua carreira, e iria ter a seu lado o McLaren de James Hunt. Na segunda fila do grid, o americano Mário Andretti tinha a seu lado o argentino Carlos Reutmann. A terceira fila era ocupada por dois bons amigos, fora da pista: a McLaren do francês Patrick Tambay tinha a seu lado o Ferrari do canadense Gilles Villeneuve. Só depois vinha Fittipaldi e o piloto que estava a seu lado: o australiano Alan Jones, no seu Williams. Riccardo Patrese classificou seu carro na 18ª posição do grid, enquanto que Arturo Merzário, Eddie Cheever, Vittorio Brambilla e Divina Gálica (sim, uma mulher!) não conseguiam classificação para correr no Domingo…

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     Reutmann teve uma excelente largada, ultrapassando Ronnie Peterson e assumindo a liderança, para não mais perdê-la. Fittipaldi aproveita e também salta algumas posições, lutando com os Lotus de Andretti e Peterson. Quando ele chega à segunda posição, os fãs brasileiros começaram a gritar para o Ferrari de Reutemann, sempre que passava pela reta: “Quebra, quebra!”. Mais atrás, depois de Reutmann e Fittipaldi, Villeneuve e Peterson tiveram um “contato imediato”, com o canadense jogando o sueco para fora da pista. Villeneuve abandonou mais tarde, em virtude de uma escapada, a mesma coisa sofreu James Hunt.

    Enquanto isso, Niki Lauda chegava na terceira posição, deixando Mário Andretti num distante quarto posto. Fechando os pontos, aproveitando as escapadas e as desistências na frente, acabaram por ficar Clay Regazzoni e Didier Pironi, que conseguia com o sexto lugar, o seu primeiro ponto da carreira. Quanto ao Arrows de Riccardo Patrese, ficava na décima posição.

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     No final da corrida, Reutmann comemorava a sua primeira vitória desde 1975, e a primeira vitória da marca de pneus Michelin e dos pneus radiais na Formula 1. Mas a alegria maior vinha a seguir: Emerson Fittipaldi, no seu Copersucar-Fittipaldi F5A, rasgava a reta de chegada em segundo lugar, batendo o Brabham de Niki Lauda. Nos boxes, após a corrida, a alegria de Wilson Fittipaldi dizia tudo: era o melhor resultado até então que a equipe tinha conseguido. Isso parecia mostrar que o F5A era um carro potencialmente competitivo, e que as vitórias poderiam estar muito próximas. Infelizmente, o tempo diria que nada disso iria acontecer…

     Melhores momentos do GP:


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