segunda-feira, 2 de maio de 2011

In Memoriam: Lorenzo Bandini (07/05/1967)


    Bandini nasceu quatro dias antes do Natal de 1935 na Líbia, então colônia taliana. Veio para a Itália aos três anos, e doze anos depois começou a sua carreira a bordo de um Fiat 1100, participando na Mille Miglia daquele ano, ganhando uma das categorias a bordo de um Lancia Appia Zagato. Logo a seguir, correu em carros de Formula Júnior (categoria que dava acesso a F1, naquela época) até ao ano de 1961, altura em que estreia na Formula 1 a bordo de um Cooper da Scuderia Centro-Sud. Não pontuou nesse ano, mas numa das corridas extra-campeonato, terminou em terceiro lugar. Isso foi o suficiente para ser visto por Enzo Ferrari, que o contratou para correr nos seus carros. Iria ser a sua casa para o resto da vida.

                             Bandini no Cooper T53-Maserati, em 1961

     Em 1962, chama atenção ao acabar em terceiro no difícil GP do Mônaco. Foi o seu o seu único resultado de expressão naquele ano, na Formula 1. Os 4 pontos deram-lhe o 12º posto na classificação geral. Nos Sport-Protótipos, acaba em segundo lugar a Targa Florio, tendo como companheiro de equipe o seu compatriota Ludovico Scarfiotti (1936 – 1968).

     Em 1963, volta para a Scuderia Centro-Sud, de Mimmo Dei, mas nela permanece pouco tempo. Enzo Ferrari volta a chamá-lo, desta vez para as 24 Horas de Le Mans, a bordo do modelo F 250 P, de novo com Ludovico Scarfiotti. Vencem a corrida, com 16 voltas de vantagem sobre o outro Ferrari de Jean Blanton. Na Targa Florio, repetem o segundo lugar do ano anterior. Na Formula 1, Bandini leva para casa três quintos lugares, dando-lhe a 10ª posição no campeonato, com 6 pontos.

     O ano de 1964 vai ser o seu melhor ano na Formula 1, apesar do início ter sido desastroso. Só começa a pontuar no meio da temporada, no GP da Inglaterra, mas a partir daí, os bons resultados aparecem em sequência: vence em Zeltweg, na Áustria, o seu único GP, e acaba em terceiro em Monza e na Cidade do México. No final do campeonato, Bandini tinha 23 pontos, que lhe dão um quarto lugar na classificação final.

     Em 1965, começa o campeonato com um segundo lugar em Mônaco, seu único podium naquele ano. Em outras competiçõe, teve mais sorte: depois de dois segundos lugares, vence finalmente a Targa Florio, desta vez acompanhado do seu compatriota Nino Vacarella. No campeonato, Bandini acumula 13 pontos, que lhe dão um sexto lugar na classificação final.

[Bandini+1966.jpg]

     Em 1966  o inglês John Surtees sai da equipe Ferrari, e Bandini torna-se o piloto principal. Isso aumenta a responsabilidade sobre seus ombros. Mas não é por isso que continua a acumular bons resultados: é segundo em Mônaco, terceiro em Spa, fazendo as voltas mais rápidas nessas corridas, faz também a pole na França. Mas a vitória em casa, foi obtida por seu campanheiro Ludovico Scarfiotti. Os 12 pontos que conquistou deram-lhe o nono lugar na geral.

     Em 1967, a Ferrari encontrava-se em uma situação crítica: os seus carros de Le Mans tinham sido batidos pelos Ford GT 40, já não era campeã do mundo de Formula 1 há mais de dois anos, e a pressão interna era grande, especialmente em relação a Bandini que, em termos mentais, não era dos melhores. Scarfiotti, um “gentlemen driver” de origens aristocráticas, era um dos sobrinhos de Giovanni Agnelli, o patrão da Fiat, e estava em alta. Para alguém vindo da classe trabalhadora, órfão de pai (um “partigani” fuzilado na II Guerra Mundial), isso começava a afetar a moral…

    Mas o ano começava bem. Venceu as 24 Horas de Daytona, e os 1000 Km de Monza, com o neo-zelandês Chris Amon ao seu lado no modelo F 330 P4 da marca, e tudo parecia estar bem. A 7 de Maio de 1967, em Mônaco, Bandini partia para o seu primeiro GP do ano, confiante em um bom resultado.

    Tudo estva acontecendo com previsto. Inicia dominando a prova, mas uma derrapada causada pelo óleo de um Brabham do seu fundador, Jack Brabham, faz com que caia para a terceira posição, atrás de Stewart e do neo-zelandês Dennis Hulme (1934-1992). Logo se recupera e ultrapassa o escocês, mas não alcança Hulme. As coisas continuam assim até à volta 82, altura em que, prejudicado pelas manobras de Pedro Rodriguez (1940-1971) e Graham Hill (1929-1975), não consegue ganhar terreno em relação a Hulme. Na chicane do porto, o carro de Bandini passa depressa demais e bate nos fardos de palha, incendiando-se. Três pessoas tentam apagar o fogo, entre eles, Giancarlo Baghetti, e quando o fazem, descobrem que Bandini tem queimaduras em 60 por cento do corpo. 72 horas mais tarde, a 10 de Maio, Bandini morre. Tinha 31 anos.

[Bandini+2.jpg]



     Na F1 participou de 42 Grandes Prêmios em sete temporadas, conseguiu uma vitória, uma pole-position, duas voltas mais rápidas, oito pódios e 58 pontos no total. 

     Depois deste incidente, os fardos de palha foram banidos como forma de proteção aos choques. Hoje em dia, em sua honra, existe um prêmio com o seu nome, premiando o melhor piloto italiano em cada ano que passa, e já foi ganho por pilotos como Riccardo Patrese, Michele Alboreto, Giancarlo Fisichella e Jarno Trulli.

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