terça-feira, 12 de abril de 2011

Ferrari Dino 246 GT (1968 - 1974)





Miniatura de escala 1:18, da Marca Anson, produzida em metal e peças de plástico, com abertura total das portas, tampa do motor (central/traseira), tampão dianteiro e direção com controle das rodas dianteiras (com amortecedores).

Sobre o modelo Dino 246 GT

    Palpitação. Respiração ofegante. Nervosismo. Se você por acaso apresenta qualquer um desses sintomas ao avistar uma Ferrari, não se preocupe. É mais um tifosi, nome dado aos apaixonados pela marca ao redor do mundo. Os casos agudos levam o portador a percorrer vários circuitos atrás da equipe de Fórmula 1, somente para ouvir o ronco único dos bólidos na pista. Mas a ciência já comprovou que isso faz um bem danado para saúde.

     A história da Ferrari se confunde com a de seu criador, Enzo. Nascido em Modena começou a trabalhar com motores logo cedo. A velocidade o atraía de tal forma que em pouco tempo chegou à Alfa Romeo. Na marca italiana conseguiu posição de destaque e reconhecimento pela sua competência até o início da década de 40, quando saiu da empresa para superar seus próprios limites.

    Distante apenas dezoito quilômetros de Modena, a cidade de Maranello foi a escolhida por Enzo para sedimentar seu sonho. A Ferrari S.p.A. nasceu oficialmente em 1947. A partir daquele momento a localidade que tem uma população atual de pouco mais de dezessete mil habitantes – imagine há sessenta anos – se tornou a Meca dos apaixonados por velocidade.


     Vamos dar um salto de três décadas no tempo e chegar aos agitados anos 60. Nessa época a empresa estava com o projeto de competir na Fórmula 2. Eles já tinham o motor, que havia sido desenhado por Alfredino Ferrari, na década de 50, pouco antes de sua morte por distrofia muscular. O único problema era a necessidade de homologação de 500 unidades de rua utilizando o mesmo bloco.

    A solução nasceu com estilo e beleza inigualáveis. A Dino – em homenagem ao filho de Enzo – foi lançada em 1968, com traços assinados pelo estúdio Pininfarina.

     O habitáculo do modelo é primoroso. Como em todo esportivo que se preze ele é baixo e veste o motorista. O volante de três raios tem uma ótima pegada e a visão do condutor não poderia ser mais perfeita. À sua frente estão os instrumentos variados com excelente disposição. Do cockpit ainda podem ser notadas as linhas esportivas da dianteira. Maravilha!

     Ao girar a chave as luzes-espia se acendem na seqüência. Um breve momento se passa e o mito ganha vida. O ronco do motor de seis cilindros – único da empresa – de 2,4 litros e 195 cv brutos embriaga o espírito. Algumas bombadas e a nota mais aguda toma forma. Isso mesmo, nos referimos ao som mais puro de uma verdadeira orquestra.

     Hora de sair da toca. A alavanca de câmbio é outra obra de arte, caracterizada pelo pomo em formato circular, totalmente adaptável à mão. Aliás, a transmissão manual dentro da grelha é uma particularidade marcante dos esportivos clássicos italianos, transmitindo uma idéia de arrojo e elegância. Atualmente ela saiu de cena, dando lugar ao sistema de paddle shifts, execrado pelos puristas, mas que, diga-se de passagem, também é sinônimo de diversão. 


     Vale lembrar que estamos falando de uma macchina cheia de estilo, temperamental e com gênio fortíssimo. Ganhamos a rua. A visão é bem baixa, o motor central ronca forte atrás dos assentos e, ecoa de forma magistral pelo ambiente. Junte tudo isso e o ruído único das marchas sendo passadas na grelha e terá uma experiência inesquecível.

     Após alguns quarteirões o propulsor chegou à temperatura ideal de trabalho. Hora de pisar na embreagem, voltar uma marcha e liberar o espírito de Maranello no asfalto. Como já foi dito, esse é o único V6 da Ferrari e tem um ronco singular. Some aí mais uma experiência inesquecível. Duas no mesmo dia é algo simplesmente fantástico.

     Para quem aprecia curiosidades automotivas, o logotipo se refere à cilindrada do bloco e ao número de cilindros. Por isso a escolha do 246.

     Fim do passeio. Levou mais de uma hora. Mas por que será que essas coisas sempre parecem minutos? “Nunca penso no futuro, ele chega rápido demais”, disse certa vez Albert Einstein. Por isso é que as linhas da Ferrari Dino podem ser apreciadas durante horas a fio. Mas quando ela acelera, é num piscar de olhos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...